quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Dois para o tango

Nunca havia feito uma escultura que envolvesse um casal. Faria os dois se abraçando? Não, muito comum. Os dois se beijando? Dificil. Teria que passar para a escultura toda a emoção do beijo, teria que ser algo monumental, como o beijo de Rodin, onde a harmonia dos corpos, a sintonia entre os dois teria que ser o resultado lógico de uma emoção cujo gran finale, o beijo, seria a consagração do amor. Até bem pouco tempo ainda não havia resolvido qual emoção eu usaria no casal, fiquei em compasso de espera.
Outro dia vejo um casal dançando tango. Então percebo neles, toda a magia, a sintonia, a atmosfera de sensualidade e acordo implicito entre os dois.
Eles se movem com a música, que é a linguagem comum dos dois, o canal aberto entre seus corações e seus corpos, que se movem como se fosse o prolongamento um do outro, o desejo de um fluindo para o outro, como um rio, procurando pelo mar.
Achei!!!! Farei um casal dançando tango, entregue à sua emoção, ao seu momento. Seria a pose perfeita para mim. E assim fiz, e ai está ela, para voces verem. Espero que gostem.

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